quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

PSICOGRAFANDO

Inexplicável que te amo...
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Como explicar?
Estava ali,
Teu cheiro, teu jeito,
Inspirando noites imensuráveis
Em que meu corpo asfixiava o seu.
Era um mundinho a parte,
Poesia misturada a sexo,
Formas e sons desconexos,
Epilogando uma história de amor.
Eu era feliz,
Os brados dos ignorantes
Ruminavam altivos lá fora
E mesmo o contorno da aurora
Me cegava os olhos,confusos.
Dou vida, pra te ter,
Dou ar,pra te viver
Teu ser me basta, e como!
Por alguns momentos sou feliz
E o mundo corre lá fora...

Inexplicável que te amo...


Me

(foto de Alberto Viana d'Almeida)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Aqui jaz uma alma que chora!

Role por tua tumba,

Chore por teus medos,

Malditos segredos,

Que a morte aflora.

Jogue seus sonhos fora

E venha comigo morrer,

Pois que a morte,

Quando ao lado dita

Seu tempo determinado,

Há de ter implorado

Por sua chance de viver.

Vida que prefiro nem ter,

Se for para ser cúmplice

Dos desfechos finais.

Leva meu coração,

Que esse não respira mais,

E escreva no mármore:

"Aqui jaz um coração morto,

Por ter vivido amores tortos.

" Role por tua tumba,

Chore por teus medos,

Malditos segredos,

Que a morte aflora.

Jogue seus sonhos fora

E venha comigo morrer,

Pois que a morte,

Quando ao lado dita

Seu tempo determinado,

Há de ter implorado

Por sua chance de viver.

Vida que prefiro nem ter,

Se for para ser cúmplice

Dos desfechos finais.

Leva meu coração,

Que esse não respira mais,

E escreva no mármore:

"Aqui jaz um coração morto,

Por ter vivido amores tortos."



Me

Imploro

Me deixa morrer...

Confusa, numa profana ingenuidade

De que o sangue é liberdade,

E o último suspiro a solidão...

Me deixa morrer

Difusa, sem cores psicodélicas,

Do roxo ao preto hipodérmico,

Como se maquiada estivesse...

Me deixa morrer caralho!

Com gosma na boca

E rigidêz das mãos,

Numa exata certeza

Da podridão...

Morrer, morrer...deixa.

E quando meus olhos

Não mais se abrirem,

Toca minha fronte e percebe

O quão frágil são os humanos

E suas prioridades...

Deixa-os morrer de saudade,

Nem que para isso

Eu precise ir...morrer, partir.

O infinito me espera

Com suas agruras, seus ares,

Suas incertezas...

E meu corpo sobre a mesa

Destoa da côr desse caixão.

Me deixa morrer porra,

Nem que para isso precise dar as mãos

E morrer comigo.



Me

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Órfãos de Deus

Ditamos regras, soluções...
Fazemos guerra, revoluções...
Alimentamos crianças com fome;
Depois matamos seus pais...
Somos Homens!

Cada qual, dono de seu nariz.
Somos “mentor e aprendiz”,
Cobaias de nós mesmos,
Presos por armadilhas
A esmo!

Somos pobres seres infelizes
Amarrados pelas raízes.
A busca de evolução
Nos devolve às origens.
Viramos “cão”!

E quando estamos desesperados,
Com pavor no rosto estampado,
Então lembramos de Deus.
Que ele existe, que tudo assiste...
Que olhe os seus!

E mesmo sem ter decorado,
Rezamos, alucinados,
Alguma oração antiga
Que nos devolva a esperança
Pela vida!

Me
Antologia "Grandes Escritores de Minas Gerais- Também faz parte da Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 6-RJ/2004

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Abolição, NÃO!

Não queira que me esquive

De dizer tudo que causa,

À minha pele e aderência,

Os teus toques depravados;

Gosto do cheiro, do modo,

Ligeiro, cru e determinado,

Com que chegas e me possui.

E numa ejaculação precoce,

Diz que gozou e está entregue,

E minha boca toma-te breve,

Procura em ti o que me roubou.

Quero mais, quero tua lingua,

Lasciva, e libidinosa ainda,

E com o membro nas forças findas,

Saiba usá-la em meus pudores.

E quando, saciada, pousar no leito,

Meu objeto masculino perfeito,

Te libero para a vida, que vá,

Mas volte, quando eu te chame,

E mesmo que teu membro se inflame,

Seja dúbio,

Super man,seja um Deus,

De ti quero mais do que de Zeus,

E agora vai...eu deixo.

Apaga a luz e feche a porta,

Mas deixe teu celular ligado,

Obrigado.



Me

Fantasia


Olhando a tela

Em fuga

Fujo

Fui

Até você

Até aí

Olá

Cheguei

Abrace minhas letras

Apague o que fui

Me escriture

E tome posse

Sou tua agora

Feche os olhos e goze

Agora pode

Agora fode

Nas letras podemos sonhar...


Me

Registro

Adoro brincar com a saliva depois do sexo,

Traz sabores indescritíveis,

Como um restaurante japonês,

Onde jogo os palitos fora

E como com as mãos,

Numa insensatêz.

O gosto de teu sêmem na lingua

Me diz que ainda posso sonhar,

Pois o mundo não é só violencia,

Apesar dela.

Você não é só do mundo,

Nem das multidões,

És meu, apesar da escritura passada em cartório.

Tua autenticação foi na cama.


Me

Bêbada

A mesa ali,

A música, fumaça

Pouca roupa,

Pouca roupa,

Libido...

Olhares,

Me devorando,

Como aperitivo

E sobremesa.

Cerveja,

Cerveja,

Lugares...

Tiro a roupa,

Safadamente,

Tiro a roupa,

Demoradamente,

Para te ver sofrer...

E tantas mãos,

E tantos olhos,

Membros erguidos,

E tu ali,

Sofrendo...

O importante é ser você,

Por que eu sou eu.

Seja você,

Que hoje eu sou eu

E a cerveja

Tá na mesa...


Me

Ritual de Lúcifer I


O frio é da alma,

O corpo tem fome,

Tem neve e venta,

Então vem e senta.

O membro é rijo,

O sangue é mijo,

A porra o alcool,

Na veia o porre,

Então bebe e morre

E no útero fode.

Agarro os pelos,

Dos tornozelos

Ao sexo em riste,

Eu abro e tomo

Eu sinto e sugo,

Engasgo em gozo,

Sêmem sepulcro,

Que tira o nojo.

Dou de outra forma,

Deito e me tomas,

Num soco o ânus

E não reclamo, inflamo

E te chamo, e gamo, meu Belzebu.


Me

No cio

Eu te desejo, isso é tão claro, não raro, pois sou mulher de opinião, jamais diria um não se te devoro em sonhos; eu te desejo, mas um querer medonho, que corta, machuca, e rio...Que dança, uma puta, sem brio...eu te desejo, então me toco, dedos e mãos, me como, me domo, e conto...eu rio, do teu tesão; sei que provoco o teu calção, sei que invoco, cheiro e libido, o membro rijo, imaginando a minha boca, sorvendo louca, tomando rouca, todas as gotas...e rio; Sei que me queres...no cio...Vai tocar uma...gozar na mão...e gozo, ai, como gozo...eu fecho os olhos, umidecida, dedos colados, seios e sexo, ânus e colo...e gozo, tua vagabunda...hehehe...adoro.
.
Me

Morra comigo.

Abra os olhos,

Olhe meu corpo impuro,

Eu te asseguro, é teu.

Toma tua cria,

Ser resultante de teu gozo,

Obstante ter sido ogro,

De maus hábitos,

Abusado, cheio de impropérios,

Numa rede de adultério,

Onde a felizarda fui eu.

Abra os olhos e veja

Minhas mãos na vagina úmida,

Tocando, pedindo, implorando

Pelas tuas, por teu membro,

Mesmo que de solavanco

Me maltrate, me mate

E assim morro de gozo,

E em gozo morro de vida,

E na morte peço socorro.

Me mate um pouco...

Meta-me, seja louco,

Mas seja meu.



Me

Dai-nos

A noite corria pela janela

E os anos pelos meus dedos.

Enquanto milhares

Oravam a Ave Maria,

Eu me prostituia,

Com a cara e coragem...

E amontoava o pão de cada dia.

Profana sacanagem.

Que bobagem!


Me

Ora pois...pudores.

Crincar de sexo, sem nexo, sem rosto, pudores...Brincar de amores de página. Dizer besteira, bobeira, mais nada. Tudo brincadeira, uma aposta, muita bosta, e corações partidos.Por que? Se brincar de sexo é devido, é natural.Enquanto imagem da inconsciência, enquanto fantasia da mente que um dia só quis brincar. Muitos vão calar pela pura alegria de brincar de sexo sem ao menos tentar.Brincar de flores na imaginação. Poetizar amores, depravação, é ser feliz, mais nada e romper as madrugadas bancando aprendiz. Fugir da hipocrisia da sala e do quarto, de uma relação de fato e de pura insatisfação.E quando entro para amar na cama não brinco, pois ali eu amo e sinto, como quem se ganha o mundo que foi colorir. E depois, brincar de sexo se torna besteira, hipocrisia de quem fez e o arrependimento pela vez. Brincou de sexo sem rosto, pelo amargor de sua vida, que se fez um dia, querida e se perdeu na sombra de infelicidade contida.Ora pois...Agora não venha me cobrar, pois não fui eu que quis, eu brinquei, você que foi feliz e arrependido, não me venha ficar chocado, pela tua vida não ser do lado de alguém que assim criança te fez.Ora pois...Eu brinco e vejo nos rostos o amargor dos corpos, mal amados e solitários, coitados, que depois se chocam pela própria insensatez.Não me cobre, se cobre, sinta vergonha de teus pudores e tua hipocrisia que te fez ser pedra um dia, um ser amargo, um ser calado, que não gozou nenhuma vez.Posso ser louca, mas sigo no quarto quando quero, tenho ao meu lado o ser que quero, e ainda me dou ao luxo de brincar de sexo, pela milésima vez.
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Me